quarta-feira, 7 de fevereiro de 2018

ESTA É DE ALMANAQUE


Passaram-se mais de dois anos da actual legislatura e só agora o secretário regional da Educação decidiu ouvir mil jovens para, segundo li, "perceber quais as preocupações, motivações, necessidades e projectos dos jovens de hoje, para que possa haver políticas ligadas à área da juventude que vá ao encontro dessas mesmas motivações" (...) "É importante que tenham a percepção de que estamos a traçar um projecto, e um caminho não só para vós e para todos os que vos irão secundar na juventude". Ora bem, se há dez, quinze, vinte ou trinta anos tivessem tido uma iniciativa destas, obviamente, continuada no tempo, vá que não vá! Agora, quarenta anos depois, com todas as maiorias absolutas, não saber o que se reveste de importância para o futuro, penso que é de almanaque! 


Presume-se da notícia, duas coisas: primeiro, pela presença do director regional da Juventude e do Desporto, que esta iniciativa está mais ligada a estas áreas específicas e não ao sector da Educação, entendido como chapéu onde todas as áreas se abrigam; segundo, então, pergunto, para que serve o Conselho Regional de Juventude da Madeira, órgão de consulta do secretário? Será, apenas, um órgão político, porta-voz dos interesses político-partidários do vértice estratégico da hierarquia? E para que tem servido as sessões do Parlamento Jovem, onde, tematicamente, têm sido discutidos assuntos pressupostamente importantes e "aprovadas" as decisões? E, já agora, para que serviu e o que restou do Ano Europeu da Educação pelo Desporto (Comissão Europeia), realizado em 2004, e que teve abertura oficial na Madeira? Tratou-se só de espectáculo político? Uma pergunta complementar: "é importante que tenham a percepção de que estamos a traçar um projecto (...)" disse o secretário, significa isto que vão dar conhecimento ou a iniciativa visa auscultar? Ou se trata de uma insanável incoerência ou de um lapso de comunicação! 
Mais, ainda, admitindo a necessidade de uma auscultação, não seria mais importante discutir o sistema educativo, globalmente, no quadro da Autonomia Político-Administrativa, a sua organização, a estrutura curricular, programática e pedagógica, trazendo à colação a voz dos alunos, dos pais, dos investigadores, dos professores, das instituições empresariais e sindicais, enfim, não seria preferível colocar em cima da mesa, tudo, mas tudo, despindo a EDUCAÇÃO de todas as convenções e estereótipos?  . Bastaria que a equipa da Educação tivesse como ponto de partida o programa da RTP1 "Fronteiras XXI" ou ler os relatórios do Ano Europeu da Educação pelo Desporto, onde foram aplicados, em todo o espaço europeu, 11,5 milhões de euros. Portanto, estou em crer que este é mais um número político regional no quadro da ginástica. Mas sem a sublime beleza, da mesma, sublinho. Não mais do que isso. Infelizmente, de mal a pior, porque não existe um fio condutor nas iniciativas.
Ilustração: Google Imagens.
Fonte: DN-Madeira

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